Quanto dinheiro vou precisar para construir em 2024?

Muito. Esta seria uma resposta curta e genérica para esta pergunta. Afinal, uma casa é um dos bens de valor mais elevado que costumamos ter. Carros são caros, mas não chega a tanto. Imóveis tem valores muito elevados para comprar e não é diferente para se construir.

Mas, muito, quanto?

Tentar precificar uma construção exige muitas análises, pois há projetos e projetos, construções e construções. Logo, o valor que você irá gastar depende muito do projeto, tamanho, tipo de construção, dentre outros fatores.

Como já construí duas casas e estou no planejamento para a construção da terceira, posso dar uma sugestão de valores que você deverá gastar. Para isso, vou considerar três coisas: O cálculo do IBGE, o meu cálculo e o seu cálculo.

Cálculo do IBGE

O IBGE mantém o SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil. Com ele, eles conseguem dizer quanto você gastaria em média para construir uma casa em cada um dos estados do Brasil. Aqui cabem três observações:

A primeira é que os valores não são os mesmos em cada estado. Isto sugere que o preço de materiais de construção, bem como de mão de obra varia de estado para estado, algo que é perfeitamente compreensível.

A segunda observação é que este valor que o IBGE sugere deve ser visto como uma média, afinal, como já foi explicado acima, há inúmeras diferenças entre uma construção e outra.

A terceira é que o valor é calculado por metro quadrado, assim, basta multiplicar o valor sugerido na tabela abaixo pela metragem total da construção para encontrar o valor que deverá ser gasto ou investido.

O SINAPI é calculado mensalmente, logo existe uma variação de um mês para outro.

As tabelas abaixo são do mês de novembro de 2023 e portanto é importante você observar os valores atualizados no mês corrente. Isto pode ser feito consultando este link no site do IBGE.

SINAPI – (Brasil e regiões)

SINAPI – (estados do Norte e Nordeste)

SINAPI – (Estados do Centro-Sul do Brasil)

Meu cálculo

Se existe o cálculo do IBGE e ele é oficial, então devemos considerá-lo e ponto final? Não exatamente. Pelo menos na minha experiência ele não se mostrou verdadeiro, eu gastei mais do que ele sugeria.

A primeira casa que construí foi em 2013/2014 e neste vou considerar o cálculo do IBGE do mês de março de 2014, que era de R$ 938,54 (preço do metro quadrado para o estado de São Paulo). Eu gastei R$ 916,00 o m/2. Então ficou um pouco abaixo do IBGE.

Podemos dizer que ficou na média, pois a diferença é bem pequena e perfeitamente aceitável em termos de comparação estatísticas.

Na segunda construção, que aconteceu no primeiro semestre de 2015, foi um pouco diferente. No mês de abril de 2015 o IBGE projetava um valor de R$ 987,23 para o metro quadrado da construção, mas no meu caso o gato foi de R$ 1.423,00 o m/2. Com isso, em torno de 44% a mais do que o mostrado pelo IBGE.

Neste caso a diferença foi bem maior e bem significativa, por sinal.

Mas, o que explica a diferença entre uma construção e outra?

Simples. O padrão das construções foi diferente, sendo a segunda um pouco mais sofisticada. Até certo ponto não houve muita diferença, mas especialmente no acabamento houve diferenças mais significativas.

Mas, e a diferença entre o valor gasto e o IBGE?

Bem, eu sei o que eu comprei de material de construção, bem como sei os valores que paguei para os diversos profissionais que precisei contratar, mas no caso do IBGE eu não tenho acesso a essas informações mais detalhadas, o que sugere que minha construção teve um padrão um pouco diferenciado que o que eles consideram como sendo a média do meu estado.

Contudo, a diferença não foi tão grande e dá sim para usar o IBGE como um bom parâmetro. Dependendo da sua construção, o valor gasto por metro quadrado pode ser o que o IBGE sugere ou até menos.

Na minha terceira construção que deverá ocorrer em 2014, se Deus assim permitir, estou projetando o valor em torno de R$ 2.500,00 o metro quadrado. De acordo com a tabela que coloquei acima, o valor do metro quadrado do IBGE para o estado de São Paulo era de R$ 1.814,17, portanto estou considerando 37,81% a mais.

Seu cálculo

Feito essas observações, resta responder à pergunta principal do artigo, afinal, quanto se gasta para construir?

Primeiro, você precisará entender qual será o padrão da construção da sua casa. Se o padrão for bem simples, considere abaixo do valor sugerido pelo IBGE. Se for uma construção um pouco maus sofisticada é bem provável que gastará mais.

Abaixo vou mostrar alguns itens que podem inflacionar bastante o custo por metro e consequentemente o custo final da construção:

• Telhado: Dependendo do tipo de telhas que usar, poderá ficar bem mais caro. Em geral, telhas de concreto e alguns modelos termoacústicas entram nesta lista.
• Porcelanatos: Entre em uma boa loja de acabamento e veja a incrível diferença de preços entre um porcelanato simples e um sofisticado. Logo, se você optar um modelo mais caro, ele pode impactar bastante no custo final.
• Iluminação: O mesmo princípio pode ser aplicado a itens de iluminação, que sofrem grande variação de preços também, especialmente para lustres, pendentes e afins.
• Portas e janelas: Assim como porcelanatos e iluminação, as portas e janelas podem ter um peso bem significativo no custo final da obra. Existem modelos bem caros, mas bem caros mesmo!
• Marmoraria: A marmoraria compreende as pias de banheiro, pia de cozinha, área gourmet, bancadas e afins. Quando a marmoraria esta pode ficar bem mais cara.
• Móveis planejado: Talvez este o item que mais possa pesar no custo final da obra. A grande questão é se deve considerá-lo como parte da construção. A meu ver sim, embora certamente o cálculo do IBGE não o considere.
• Dentre outros.

Conclusão

Esta é a minha análise sobre custo da construção. Haveria ainda muitos detalhes a serem discutidos, mas essencialmente este é o caminho para você descobrir o quanto você poderá gastar na sua construção.

A ideia de usar o custo por metro quadrado é sem dúvida uma opção bem interessante, pois existem fontes onde é possível estabelecer essas comparações, como as que fiz aqui.

Assim você não terá muito susto, pois poderá trabalhar com referenciais que te ajudará a nortear suas ações, planejamento financeiro e o fluxo de caixa.