Uma casa precisa ser funcional, se não for não funciona direito. Parece redundante a frase acima, mas ela expressa uma ideia muito real de que precisa ser considerada por aqueles que pretendem construir ou reformar a sua casa.
Uma casa funcional basicamente é aquela que funciona bem em todos os sentidos, isto é, ela oferece as condições de habitação, circulação e o uso do imóvel da melhor maneira possível.
Desta forma, embora não exista exatamente uma lista exaustiva de itens que possam definir a funcionalidade de uma casa, sabemos por outro lado que existem problemas bastante comuns e bem conhecidos que podem comprometer esta funcionalidade.
A questão da funcionalidade de uma casa deve ser pensada já no projeto e isto significa que tem de ser pensado antes de fazer a casa.
Se ela já estiver construída, a solução é promover uma boa reforma e corrigir, quando possível, os erros que foram cometidos no projeto da construção.
Nem sempre é possível resolver todos os casos, mas uma boa parte sim.
Veremos abaixo uma lista de alguns desses itens, embora reconheçamos que pode haver muitos outros aspectos ligados a não funcionalidade de uma casa qualquer.
As escadas não são necessariamente um problema, mas se feita de maneira inadequada e sobre certas condições elas acabam sendo mais um obstáculo do que um item que agrega valor ao imóvel.
Famílias que tem pessoas com alguma deficiência ou dificuldade de locomoção deveria enxergar uma escada com um problema. Isso vale para crianças pequenas, pessoas idosas, bem como para ambientes de bastante locomoção de pessoas.
A dica aqui é tomar cuidado ao fazer a escada e projetá-la de uma maneira que ela possa agregar valor e ajudar na circulação.
Os corredores são excelentes recursos que visam facilitar a circulação de pessoas dentro e fora de um imóvel, mas quando eles são muito estreitos isso passa ser um problema de funcionalidade, dificultando assim a locomoção das pessoas, bem como o transporte de móveis e outros objetos dentro e fora de casa.
Corredores com menos de um metro de largura devem ser evitados para que não ocorra os problemas citados acima.
Se os corredores estreitos são problema, as portas estreitas também são, pois elas também são meios que usamos para adentrar o sair de determinado cômodo.
Desta forma as portas muito estreitas vão dificultar a entrada e retirada de móveis e outros objetos, bem como para a locomoção de algumas pessoas, como exemplo aquelas que utilizam cadeiras de rodas, andadores ou tem alguma dificuldade de locomoção.
Normalmente as portas de dormitórios tem uma largura mínima de 80 cm, por isso é bom ficar atento a não utilizar portas mais estreita do que isso.
Você já entrou em alguma casa e sentiu como se estivesse em um labirinto? Pois é, recentemente fui visitar uma casa que estava em construção aqui no condomínio onde moro e a sensação que tive foi esta de labirinto. Havia muitos quartos, closets, muitos banheiros, etc. Eram muitos cômodos e isso criava essa sensação de labirinto. Sinceramente não gostei. Evite isso.
O tamanho de um cômodo pode ser um fator importante para melhorar a funcionalidade da casa ou não. Cômodos muito pequenos geralmente são problemas de funcionalidade, pois o espaço é pequeno demais para acomodar os móveis e permitir a circulação das pessoas.
Por outro lado, cômodos grandes demais podem também ser um problema de funcionalidade e dar a sensação de vazio.
Não faz muito tempo que visitei o Museu imperial de Petrópolis no Rio de Janeiro e apesar de ser uma bela construção, com muitas histórias, uma coisa que percebi é que os cômodos eram bem grandes e a quantidade de móveis que se usava na época era bem menor do que você tem hoje. Então o que se tinha era aquela sensação de espaços muito vazios o que acaba não sendo bom. Eu sei que este é um exemplo isolado, mas serve como um parâmetro para entendermos que não é o excesso de tamanho que vai garantir a funcionalidade de uma casa.
A circulação cruzada é um antigo problema de funcionalidade de uma casa e ela acontece por exemplo em uma sala onde para ir da porta de entrada até a entrada da cozinha, você precisa cruzar a sala em diagonal.
Mas esse problema pode acontecer em outras partes da casa, embora ela seja bastante comum para sala.
Esse fato de cruzar um cômodo em diagonal as vezes acaba comprometendo a disposição dos móveis, perde espaço e no caso da sala você tem circulação de pessoas no meio do espaço, o que não é bom.
Existe uma regra muito simples em arquitetura que é você construir os quartos no fundo e deixando a cozinha e a sala na parte da frente.
Isto tem uma razão de ser, pois quando alguém chega na sua casa normalmente você vai recebê-lo na sala ou na cozinha. Por outro lado, o fundo da casa tende a ser a parte mais silenciosa já que fica mais distante da rua e, portanto, mais adequado para dormir sem o excesso de barulho da rua.
Se você faz o quarto na frente, você inverte essa lógica e pode não ser uma estratégia muito inteligente em termos de funcionalidade. Sem contar que dependendo do caso a janela do quarto pode ficar exposta para rua gerando ainda é um problema de privacidade.
Este é um problema clássico nas construções antigas, onde para você entrar em um determinado quarto você precisava passar dentro de outro.
Eu não sei se essa explicação tem algum sentido, mas certa vez visitando um Museu em Diamantina Minas Gerais, a pessoa que nos acompanhava como guia explicou que isto acontecia na casa das famílias de antigamente pois o quarto das filhas era esse quarto mais interior e desta forma para ter acesso a ele era preciso passar pelo quarto dos pais que ficavam mais à frente. Isso servia como uma estratégia de segurança e proteção das filhas.
Se é verdade ou não, eu não sei, o fato é que muitas construções antigas têm esse tipo de disposição dos quartos e óbvio que isso é um problema bem complicado de funcionalidade de uma casa.
Casas muito escuras não são nada funcionais. Se você precisa de iluminação artificial durante o dia, isto não é bom em termos econômicos, muito menos para o bem-estar dentro da casa.
A ideia de utilizar iluminação natural sempre é muito bem-vinda e, portanto, ao projetar uma casa ou fazer a reforma considere esse aspecto.
Também é importante considerar as cores das paredes já que as cores mais claras tendem a refletir mais a luz. Assim, desde a cor do piso, paredes, teto e outros objetos podem contribuir para a melhoria da iluminação interna.
Este é um problema bastante comum em muitas casas e que causa muita dor de cabeça, especialmente para quem gosta de lavar o piso.
O desnível ocorre por exemplo quando ao lavar a sua casa a água em possa embaixo de um determinado móvel ou no canto do quarto, ou em outro qualquer.
Nas construções mais antigas isso era um bem mais comuns e hoje é relativamente fácil de evitar este problema, mas é preciso tomar muito cuidado na hora de fazer o contrapiso porque é ele que me dar determinar o nível do piso que você irá colocar.
Se um simples desnível já é um problema, imagine um degrau dentro de casa. Além de ser um problema de segurança, degraus dentro de casa podem comprometer bastante a funcionalidade de uma casa, causando acidentes e desconforto na hora de utilizar o imóvel.
A menos que haja uma razão muito óbvia para o seu uso, é preferível evitar em todos os casos, exceto nos casos de portas que dão acesso a áreas externas onde é comum eles acontecerem.
O pé-direito é altura que se mede do piso até o teto de uma casa e desta forma ela é importante para a funcionalidade no sentido de deixar a casa mais arejada, com mais espaço de uso vertical, dentre outros.
Desta forma casas com teto muito baixo podem comprometer a boa funcionalidade e o bem-estar dentro dela. Normalmente se utiliza pelo menos 2,80 m de altura, sendo mais comum atualmente utilizar-se 3 metros.
Muita gente tem optado por fazer um pé-direito mais alto na sala, chegando a quatro, cinco ou até seis m de altura. Embora esta seja uma excelente estratégia em termos de bem-estar, já que a sala fica muito arejada e bem mais fresca, na prática ela traz outros problemas de funcionalidade como maior dificuldade de limpeza de janelas, tirar as famosas telhas de aranhas do teto e até mesmo uma maior dificuldade para trocar uma simples lâmpada.
Quando eu construir a minha segunda casa eu queria evitar alguns erros que eu havia cometido na construção da primeira casa. A quantidade de tomadas que eu queria colocar era um desses itens e, portanto, quando construí analisamos com bastante cuidado esse aspecto e acreditávamos que tínhamos colocado a quantidade certa de tomadas.
Pouco tempo depois precisei fazer uma reforma na casa e uma das coisas que eu precisei corrigir foi exatamente a quantidade de tomadas. O fato é que eu ignorei alguns locais que não tinham sido corretamente cobertos pelo uso de tomadas e por isso aproveitei a reforma para acrescentar mais algumas tomadas e assim sanar esses problemas que tinham passado batido.
Como sabemos hoje utilizamos muitos aparelhos elétricos, sendo necessário avaliar bem se há tomadas suficientes e posicionadas em locais estratégicos visando uma adequada funcionalidade.
Como eu disse no início, os itens acima são uma mostra de coisas que podem ter em uma casa e que podem comprometer a funcionalidade dela, mas a lista não é exaustiva e existem outros aspectos que também podem ser considerados e que precisam ser avaliados caso a caso.
Se você vai construir ou reformar a melhor coisa a fazer é contratar um arquiteto para que possa pensar o projeto de uma casa levando em consideração os melhores métodos construtivos do momento. Muitos erros poderão ser evitados.