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A água que encontramos no meio natural não é própria para consumo. Mesmo a água da chuva contém impurezas. E no solo, absorve impurezas que mudam mais a sua qualidade. Para verificar se água está própria para consumo é necessário que se atenda alguns requisitos referentes a compostos nitrogenados, oxigênio consumido e cloretos.
O nosso país é possui uma grande disponibilidade de água que se concentra nas áreas com menor quantidade de pessoas. Nos grandes centros urbanos possui alta densidade populacional com forte demanda por recursos hídricos, atingidos pela poluição, o que piora, ainda mais, a qualidade da água. Para isso é preciso lidar com a grande diversidade geográfica e as consequências da alta urbanização das últimas décadas.
As regiões de clima semiárido têm mananciais que não possuem acesso à água, em quantidade suficiente. Nas regiões com mais dinamismo econômico e produtivo, a dificuldade se encontra na utilização frequente da mesma fonte hídrica para diversos fins, causando problemas com a quantidade e a qualidade da água.
O uso desses mananciais para o abastecimento dos grandes centros urbanos acontece através de vários sistemas que atendem diversas cidades simultaneamente de forma interligada, com ações mais complexas e que precisam de mais investimentos.
Um sistema de abastecimento de água é um conjunto de obras, equipamentos e serviços para levar a água potável para que terá uso doméstico, industrial, entre outros.
Esse sistema é formado por um manancial, captação de água, processo de adução, tratamento e reservatório de água, rede de distribuição e ramal domiciliar.
Antes de chegar às moradias, a água passa pelas etapas que, normalmente, são a de captação, a de tratamento e pela distribuição nas Estações de Tratamento de Água (ETA).
Abaixo um vídeo da Caesb - Companhia de Saneamento Ambiental do DF, que mostra de uma maneira bastante simples e didática, as etapas do processo de tratamento da água:
Essas etapas podem ser explicadas da seguinte forma e provavelmente se aplica a maioria dos casos:
A água sem tratamento é captada de mananciais que são utilizados para o abastecimento de água. Eles podem ser superficiais, no caso de rios, lagos e barragens ou subterrâneos, no caso dos poços profundos e lençóis freáticos. Existem cidades no Brasil que captam água no famoso Aquífero Guarani, como é o caso de Ribeirão Preto no interior de São Paulo.
A água passa por um sistema de grades que impede a entrada que separa a água de folhas, galhos, etc. Depois a água vai para a desarenação, que retira a areia pelo processo de sedimentação, melhorando o processo de pré-tratamento da água que será bombeada para a estação de tratamento.
O envio da água do seu ponto de captação até a estação de tratamento é feito por adutores que são aquelas tubulações bem grandes que permitem transportar muita água.
Nessa etapa ocorrem os processos de coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção e fluoretação.
Na coagulação, a água é tratada com sulfato de alumínio, cloreto férrico ou outro coagulante, em alta velocidade para que as partículas de sujeira sejam eletricamente desestabilizadas, para se unir com maior facilidade.
Depois vem a floculação, em que a água é agitada de forma lenta para que as partículas de sujeira se tornem flocos mais densos.
Na decantação, a água passa pelos tanques decantadores, em que os flocos formados começam a se depositar no fundo, ficando separado da água.
Na etapa seguinte, a água é coletada por canaletas na superfície da lâmina de água, sendo levada para o sistema de filtração, deixando o lodo do fundo. Em seguida, a água é levada para tanques de depuração, com filtros de cascalho, areia e carvão mineral. As partículas que restaram da fase de decantação é retirada e começa o processo para eliminação de elementos patogênicos.
Na desinfecção a água recebe a adição do cloro para eliminar bactérias e vírus que possam causar doença. A água é desinfetada com cloro para eliminar os microrganismos patogênicos, agindo como oxidante de compostos orgânicos e inorgânicos.
A próxima etapa consiste na correção da faixa do pH para que a água fique mais próxima do pH neutro. Durante o processo, é utilizado cal virgem, para evitar a corrosão ou incrustação nas tubulações. Em seguida ocorre a fluoretação, com flúor que ajuda a prevenir cáries.
Depois de tratada e estando devidamente apropriada para o consumo humano, a água é enviada para os enormes tanques de preservação que normalmente em nossas cidades chamamos de caixas d'águas ou reservatórios. Esses reservatório são construídos nas partes mais altas da cidade, pois dali para as residências e empresas á água irá pelo processo de gravidade.
Por fim, termina a etapa de tratamento, com a água sendo levada para uma análise laboratorial para testar os padrões da água e verificar se ela é potável ou não. Se estiver pronta para o consumo, a água é liberada para os reservatórios para ficar armazenada antes da distribuição. É pelas adutoras e pelas redes de distribuição que a água potável chega aos nossos lares.
Veja aqui outros vídeos que mostram de diversas maneiras, como o tratamento de água é feito.
Sabemos que não são todas as cidades que tem 100% da água tratada no Brasil e que este ainda é um grande desafio para as administrações municipais em quase todo o país. Isto porque junto com o tratamento da água, ocorre também o tratamento do esgoto, aquilo que chamamos de saneamento básico.
Em muitas cidades, especialmente nas regiões norte e nordeste, há localidades deficientes neste quesito e isto pode trazer muitos problemas de saúde à população, especialmente à aquelas que ficam mais expostas aos esgotos não tratados e quem não pode comprar água mineral.
Por Redação e G Produções Editoriais